segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Rabiscos em prosa



O candelabro 
(Por Cláudia Bergamini)




A moça colocou na mesa o candelabro. As sete velas foram acesas. A chama da haste central brilhava imponente com mais intensidade que as demais. Não conhecia a mulher todo o percurso histórico e significado que havia por detrás daquele objeto de ouro com braços luminosos. Menorá nunca foi apenas candelabro: era proteção, aliança. Sentou-se ao redor da mesa juntamente com o casal de filhos. Queria iluminar o ambiente que estava tomado pela noite e somente teria luz quando o dia amanhecesse. Eram tempos difíceis. Todo mês tinha de escolher qual conta iria pagar e qual serviço seria posto em segundo plano. Evitou ao máximo a escuridão; aquele mês, porém, foi impossível quitar o débito com a companhia de luz. 
O candelabro havia sido presente de uma família judia para a qual a mulher trabalhou há muito tempo. Peça bonita, dourada, feita, aos olhos da moça,  de latão, com seis hastes que se erguiam nas laterais, abrindo-se levemente, e uma haste central, da qual emanava a mais forte chama. Os três tomavam uma sopa rala, repartiam nacos de pão para molhar com o caldo e levar à boca. Chorava por dentro a jovem mãe, a lamentar o futuro incerto, o passado de tormentos, o pouco que oferecia aos filhos. As crianças riam a risada inocente da infância. Divertiam-se com o jogo de cores da chama das velas. Elogiavam o sabor da sopa e levavam a colher à boca como quem prova um manjar raro. 
De repente, um vento gelado invadiu o ambiente. Um calafrio percorreu o corpo da mulher. A cortina na janela diante da mesa agitou-se e uma chama se estendeu sobre o tecido. Em instantes, outros objetos estavam queimando. O móvel que sustentava a pia estalava, as portinholas e gavetas iam se desfazendo. Inerte, segurando os filhos entre as pernas, a mulher chorava um choro seco, tranquilizava as crianças, mas não tinha reação para sair dali. No fundo, pensou ela, é hora de cessar os tormentos, a solidão, as carestias, vamos morrer juntos, os três, devorados pelas chamas. Não tardou para que a pequena casa fosse dominada pelo fogo. O socorro veio a galope, chamado por vizinhos. 
Quando entraram na casa, os bombeiros encontraram os três caídos, abraçados, ao lado deles estava o candelabro, intacto com as chamas fracas, mas acesas, embora a água lançada de fora já tivesse apagado a maior parte do fogo. Não havia marcas de queimaduras nos corpos, nem tosse que indicasse a contaminação dos pulmões pela fumaça. O candelabro não estava danificado pela alta temperatura. Um dos bombeiros tomou o pulso da família. Todos vivos. Sem acreditar no que constatavam, tiraram de lá os três e os conduziram ao hospital. 
Ao amanhecer, qualquer um que passasse pela casa via apenas ruínas, mas a moça e o casal de filhos foram poupados. Proteção é gratuita, não se compra, não se empresta, apenas se recebe.






Mariana era ainda menina quando conheceu amargos sabores. Mal teve tempo de crescer e já virou adulta. Nunca gostou da frase tão comumente dita: 'O que vai ser quando crescer?' Ela pensava toda vez que a ouvia 'serei eu, com meus medos, sonhos e projetos!' Havia sonhos! Ah... quantos sonhos povoavam a mente da menina-mulher. Projetos eram em menor número; todavia ser feliz fosse talvez algo a que ela muito almejava. Não sabia ainda que felicidade era como nuvem, no instante em que se faz, dissipa-se.
O tempo, que é inimigo da perfeição e devorador das horas, era também inimigo de Mariana. A pressa habitava aquele ser cheio de uma vida a ser vivida e, ao mesmo tempo, carregado de nuvens negras e densas, como que anunciando tempestades.
Passou anos e anos debruçada sobre tarefas tantas que envolviam a maternidade, o lar e o ler. Leu! Leu como uma devoradora de palavras histórias e histórias e, ao passo que lia, entendia um pouco como a vida funcionava. Mariana cresceu mais em saber que em viver. Tornou-se forte, e disso ninguém duvidava, construiu grandes possibilidades a ela e aos seus. Mas era só que ela vivia. Podia entender tudo, menos a lacuna que havia em si. À noite, as lacunas eram ainda mais acentuadas. Não havia um lugar dentro dela em que ela pudesse estar para arar o dia e preparar o amanhã como quem prepara a terra fértil para a seara. Não havia nela um lugar em que a mente pudesse descansar e se desligar da infinitude de pensar que a tomava.
Mariana chorava com facilidade. Não raras vezes engolia as lágrimas e se voltava à outra atividade. Ledo engano! Estar ela com ela era sinônimo de chorar. Poucas foram as tentativas que fez em busca de tornar seu sorriso, o qual se fazia intenso a todos, um sorriso intenso a ela. Conhecia suas razões, seus medos e começou a pensar a vida como uma lacuna apenas. Passos mal dados. Escolhas desacertadas. Vontades nunca concretizadas.
Conheci Mariana numa tarde de muito frescor. Vi nela a beleza da vida, a luz especial que inebria. Percebi-a como terra fértil que está pronta para parir um mundo de ideias. No entanto, Mariana não se via assim. Era apenas Mariana. Menina que carece de colo; mulher que deseja ser amada; ser humano que carece de aprender a viver. Poucas vezes estive com ela, queria-a para mim. Tomá-la em meus braços e dar a ela os instantes de nuvem de algodão de que tanto precisava. Ela, pássaro acorrentado, ainda que em liberdade, afugentou-me. Hoje busco respostas para entender se seria capaz de amá-la ou apenas de entendê-la. Quisera eu ser o dono de uma varinha mágica e dar à Mariana o calor que merece, o cuidado que deseja, o carinho que lhe falta e a nuvem de algodão cheia de felicidade, sem se dissipar como num passe de mágica.



O casarão
(Por Claudia Bergamini)





Deu sinal ao taxista que parasse o carro no número 595. Ele assim fez. Janete ficou um tempo dentro do carro, contemplando a bela edificação diante de seus olhos. Havia portas de madeira com arcos que davam para a avenida principal. Em madeira colonial, o apagamento do brilho denunciava a falta de trato com as sofisticadas portas. O jardim estava tomado por tiririca. Os cravos e minibeijos de todas as cores resumiram-se em mato. O cedro azul ainda estava lá. Suas raízes profundas mantiveram-no vivo em meio à morbidez do palacete. Janete abriu a porta do carro e saltou, pedindo que o taxista a aguardasse. Seus olhos percorreram a calçada onde formigas trilhavam com folhas e flores nas costas rumo ao interior da casa. Lembrou-se, naquele momento, da casa de Úrsula em Macondo. Que tristeza! Ver em ruínas o lugar onde vivera por mais de meio século. Ali, sozinha e desolada, Janete abriu o portão. O cadeado enferrujado não exigiu muito esforço. Foi devagarinho se aproximando da porta principal. Entre a ansiedade e a saudade, havia o medo. Colocou a chave e girou a maçaneta. Vazio, apenas o vazio havia no salão onde outrora imperavam as damas da sociedade com seus pares. A mesa em travertino com cadeiras de carvalho não estava mais lá. Mas ela se lembrou dos vinte lugares sempre ocupados. Lembrou-se da porcelana francesa em que servia os pratos mais sofisticados da época. Seus olhos vislumbravam o sofá em que ela e Gerson, ao final de cada recepção, entregavam-se exaustos. O marido, sempre sedutor, amava-lhe com devoção. Seu corpo sentiu o toque seguro das mãos dele, na boca veio o gosto do beijo que descia para o pescoço até chegar aos seios. Janete arrepiou-se. Tentou não pensar nos calores do passado, afinal já tinha 72 anos e agora a idade exigia outros pensamentos. Outros? Que nada, pensou ela. Era mulher, estava ali sentindo e para o sentir não há idade. Em diafania viu Gerson aproximar-se. Continuar a enredá-la naquela trama sinuosa e caliente. Sentia suas mãos passeando por cada parte do corpo esguio e de pele macia. Um gemido saiu da boca de Janete. Ela levou a mão à boca como se quisesse sufocar o que nela sempre viveu. Caminhou até a cozinha, tentando amenizar o calor que lhe tomava. Os olhos podiam ver o movimento dos funcionários, ouvir a cozinheira ralhando com as crianças que queriam os doces antes da hora. Dois filhos teve o casal. E agora, ela estava só. Um aperto lhe veio ao coração e um nó à garganta. Como pôde o destino ser tão cruel? Como pôde Deus tirá-la de forma trágica do convívio das três pessoas a quem ela mais amava. No silêncio do casarão, Janete chorou. Suas lágrimas eram pelo que viveu, eram por tudo o que faltou viver e, sobretudo, pelas sensações e emoções que jamais poderia sentir. Não quis ir até os quartos, tampouco se dirigiu ao quintal. O que vira era destruição, era um lar sendo habitado por formigas e suas folhas. Chorou um choro amargo, triste. Em pouco mais de meia hora ela reviveu instantes únicos de sua vida. O momento era, pois, outro. Voltar à casa dos parentes com quem vivia e se render ao sabor acre dos dias. Trancou a porta. Dirigiu-se ao portão, fechou o cadeado enferrujado. Olhou uma vez mais para o palecete. Decidida, concluiu, hora de vendê-lo. A água não passa pelo mesmo lugar por mais de uma vez e para sentir o que sentiu no palecete ela não precisava estar lá. Gerson vivia nela, assim como os filhos. O passado ela não conseguia ser. Porém, o presente seria por ela vivido, haverá um virar de página, haverá uma nova história que começou no instante em que ela entrou no táxi.  


Novo fôlego para o amanhã
(Por Cláudia Vanessa Bergamini)




Quando Gilda passou pelo salão, sentiu um arrepio na pele ao olhar seu rosto no espelho que cobria parte da parede defronte ao aparador. A mesa imensa ainda estava arrumada, pronta para receber os dezoito convidados que, às pressas, foram avisados de que o jantar havia sido cancelado. Gilda não podia compreender como tudo sucedera.
Desde que recebera a notícia, repassou em sua mente cada movimento vivido ao lado dele. Lembrou-se das tardes em que o calor dos corpos ultrapassara barreiras intransponíveis, e a doçura das palavras caminhava para além de simples versos e chegava até ela pelo olhar vibrante de seu companheiro. Caminhou lentamente por entre as cadeiras dispostas junto à grande mesa. Havia escolhido cada detalhe daquele evento. Os talheres Christofle haviam sido trazidos da França em sua última vigem e ela não usara, aguardando aquele momento. As louças de porcelana da Haviland davam à mesa requinte e convidavam a sentar-se e saborear o prato que ela havia escolhido com esmero, mignon a bourguignon.
A mulher estava meio atônita. Não conseguia pensar direito, tampouco havia digerido a notícia que recebera minutos antes do horário em que os convidados deveriam chegar. O cancelamento fora feito às pressas pelo mordomo que, com uma desculpa qualquer, dispensou as dezesseis pessoas com quem Gilda e Bartolomeu dividiriam algumas horas de alegria, regadas a Don Diego Escolano, safra de 2014. A cada mirada aos móveis do salão e à mesa posta, Gilda sentia suas mãos frias, seu rosto empalidecer, seu coração apertado. Bartolomeu não poderia ter agido daquela maneira. A mulher fechou os olhos, uma lágrima rolou e junto dela tantas outras. O filme começara. Nele ela só rememorava cada palavra que a fez construir um universo tão deles que parecia ser único e incapaz de ser desmantelado. Gilda se lembrou dos planos, de cada proposta, de cada palavra, de cada instante. Pensou ela no sabor doce de tantos momentos em que Bartolomeu a fez sentir-se única, e como ela nisso acreditou. Eram um, eram unidos, eram dois corpos no universo entregues ao prazer de amar, de estar um com o outro, de devotarem-se em função de uma história que se fazia grande a cada dia. De fato se fazia, pensou Gilda, mas só para ela.
Enquanto ela devaneava com as frases lidas, as palavas ouvidas e as sensações despertadas, ele repetia cada palavra a outra mulher. Gilda chorou. Um choro amargo saía dos olhos dela. As lágrimas eram fel que escorriam do rosto e desciam até a boca, misturando-se à saliva cheia de sódio. Amargo era o gosto, amarga era a vida. Caminhou até a porta. O carro não estava mais lá. Ele havia saído sem nada dizer. Também, pensou ela, de que valem as palavras quando o vento é tão forte que as leva, de que valem as respostas quando vêm tão tardiamente, de que valem as desculpas quando o mal já rasgou o véu que encobria o bem. Gilda precisava respirar. Naquele momento as mãos estavam vazias, pendiam no ar como panos estendidos no varal a voar solitários ao vento. Era um tempo de perder-se em portos distantes, em taças tomadas às escondidas, em caminhos errantes.
A mulher parou diante da mesa posta e a contemplou. A vida, mais uma vez pensou, é mesmo um fel; no entanto, trilhar por ela exige saber driblar a espada que, dia a dia, é colocada em meu peito. Bartolomeu nunca a amara, constatou. O amor dito soa tão lindo, mas as ações, quando se está frente a frente com alguém, é que determinam o amor. Bartolomeu determinou o quanto ela nada era para ele. Gilda caminhou por todo o salão. Ao caminhar prestava atenção em cada objeto e detinha-se, com cuidado, em detalhes. Seus olhos estavam, de fato, perdidos em um tempo em que a estrada não era sombria.
Voltou-se à garrafa e tornou a encher sua taça. De um só gole sentiu o vinho invadir-lhe o sangue, a face alva tornou-se enrubescida e levemente aquecida pela bebida. Forte e dona de si, veio-lhe à mente que de costas voltadas jamais poderia ver o futuro. Os venenos que abraçara poderiam ser cálices de licor. Viu em Bartolomeu a casa deserta onde palavras não poderiam entrar. Viu nela o alvo em que setas bem disparadas saberiam onde atingir. Bebeu de uma só vez o restante da garrafa. Secou os olhos. Elevou a postura do corpo. Tocou a campainha e deu ordens ao mordomo que retirasse a mesa e colocasse nela as flores tão costumeiras que davam vivacidade ao ambiente. Olhou no espelho e contemplou seu rosto tão amarelecido pelos últimos acontecimentos. Passou o batom escarlate de que mais gostava. Sorriu um sorriso débil. Disse a si em pensamento que havia aprendido da vida em goles pequenos, mas o que aprendera seria o suficiente para erguer um novo castelo, no qual estariam contempladas faces outras, tão diferentes da face de Bartolomeu.
Gilda poderia passar a noite a lamentar-se, mas não...Optou em ir para o quarto, tirar tudo de Bartolomeu de lá, colocar no corredor. Lentamente despiu-se, deixando ao chão o vestido Lanvin e a lingerie de seda. Na cama, estendeu seu corpo com delicadeza. Tomou suas mãos e deixou-as passear por todo o continente. Entre uma parte e outra ela sentia um misto de ousadia e prazer. Aquela mulher, entregue a si, rendida aos seus devaneios, não pensou em Bartolomeu, tampouco na dor e no ódio que a tomava. Gilda somente pensou que a vida carecia de ar. Precisava ela respirar. Respirou e suspirou diante do que ela mesma provocou. Sozinha, governante de si, ela dormiu.
A manhã logo romperia e um novo dia se construiria e, junto a ele, novas oportunidades. Forte, veemente, decidida, sorriu e pensou no amanhã. Não derramaria mais uma lágrima sequer por ele. Nunca, nunca mais!



O jantar
(Por Cláudia Vanessa Bergamini)




Ela chegou ao restaurante e se sentou solitária em uma mesa no centro do salão. Usava um vestido vermelho, sandálias pretas, uma delicada bolsa preta de mão em couro. Os cabelos escuros contavam com uma parte presa por uma presilha de pérolas, compondo um harmonioso conjunto com o colar e os brincos também de pérolas. A boca era carmim, os olhos maquiados e bem contornados. A bochecha trazia um toque leve de um rubor provocado pelo blush.
O seu semblante era cansado. Os olhos denunciavam lágrimas insistentes; porém, aqueles olhos tinham um brilho que lhes era peculiar. As mãos de unhas escarlates eram delicadas e macias e, ao olhar para elas, a mulher se lembrava há quanto tempo não sentia a segurança de outra mão na sua. Escolheu um prato leve, pediu vinho e não brindou, embora tenha levantado discretamente a taça para desejar a si mesma dias em que ela pudesse se sentir um ser humano melhor.
Ao passo que degustava o sabor do prato, sentiu-se observada. À sua esquerda, um solitário cavalheiro admirava-a com atenção. Ela se incomodou, sua privacidade fora invadida, mas ao mesmo tempo, um sentimento de alegria lhe tomou, porque gostou de saber que estava sendo observada.
Findado o jantar, fez menção ao garçom, pois desejava escolher uma sobremesa. Neste momento, o garçom lhe informou que haviam escolhido uma para ela. E trouxe então à mesa sem mencionar quem fora. Ainda que ela deduzisse ter sido o cavalheiro solitário, nada perguntou ao garçom; porém não recusou o doce que ele colocava à sua frente. O garçom entregou-lhe um pequeno bilhete, no qual ela leu: "Poucas são as pessoas de presença tão marcante como a sua. Me ligue, ansioso." O bilhete trazia um número e a assinatura com o nome. Ao olhar para a mesa onde estava o cavalheiro, ele já se levantara, olhou para ela e deu um sorriso discreto e carinhoso.
Passou por detrás de sua mesa e tocou-lhe levemente o ombro. A mulher sequer provou da sobremesa, ficou ali a pensar e a imaginar quem seria aquele homem. Olhou tantas vezes ainda para o celular, há horas que aguardava a mensagem de quem de fato era o dono de seu coração, recebê-la era para ela tão caro. Mas não veio. Guardou em sua bolsa o pequeno bilhete e voltou para casa ainda mais sem rumo do que antes.
Naquela noite, não pôde dormir. A vida estava lhe apresentando talvez uma oportunidade de ter alguém que pudesse seguir ao seu lado. Lembrou-se das horas de espera pela mensagem, lembrou-se das noites em que solitária desejou o calor do outro ao seu lado, lembrou ainda do que havia em seu coração e isso pesou demais, porque sabia, o que o homem supostamente tentaria lhe oferecer, ela já havia encontrado de uma forma rara e única. Decidiu ir até a cozinha, rasgou o bilhete, colocou dentro de um prato e pôs fogo no pequeno papel. 
Sabia desde o início que, ao menos desta vez, faria a escolha certa para a sua vida. As possibilidades quando se faz uma escolha coerente são bem maiores, o tempo pode fazer acontecer coisas fantásticas, mas a escolha equivocada pode trazer de imediato dor e sofrer. A mulher encolheu-se na cama como quem tenta abraçar a si mesma. De seus olhos, as mesmas lágrimas insistentes chegavam com furor, o coração inquieto respeitava o que dizia a boca quase num sussurro: “tenha paciência”.

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