Um pouco de poesia...

Um poema para ser escrito
Claudia Vanessa Bergamini

Não cuide que encontrará neste poema
conceitos estéticos e palavras rimadas,
tampouco encontrará um ritmo marcado
pela repetição de formas e sons...

Neste poema não há lugar para regras
nem para as convenções poéticas!

Somente encontrará o mais puro sentimento
Aquele que brota da dor de amar
Do desejo de beijar
Da vontade de viver aquilo que
nem a vida e nem suas regras permitiram

Neste poema cabem palavras verdadeiras
Cabem expressões que sintetizam o mais delicado sentimento

Olho a lua
alta no céu
Esperava encontrar nela a inspiração para expressar os mais ocultos segredos
Mas ela está lá
sem cor, sem brilho
sem as metáforas com que outros poetas se depararam...

Vejo somente a lua
despida de seu encantamento
Talvez a mesma lua que, um dia, guiou Bandeira,
hoje, guia-me rumo à exposição de meu ardente sentimento.

Onde andará?
Não está na ponta dos dedos que teclam,
não está na mente que articula...
apenas está nas ternas palavras que saltam da pena moderna
para virar a minha poesia...


Sons e silêncio
(Claudia Vanessa Bergamini)


Quanto tempo de silêncio é necessário
para que sintamos o vazio que habita em nós?
Quanto tempo é preciso para que sintamos necessidade de silêncio?

Somos ruído
Temos vozes e sensações
Que emanam de nós.

Buscar o silêncio é o mesmo que
Buscar o som que tenta ecoar de nossa alma

Vozes, percepções, ritmos e sons
Diferentes impressões que encontram nossas almas
Tristes almas silenciosas que de muito barulho necessitam
Para que se completem...

Sonhar é preciso
(Claudia Bergamini)

Vivemos de sonhos... 

pelo menos ouvimos isso constantemente.

Por isso, a fim de fazê-los tornar-se realidade, 

precisamos agir...

caso contrário, 

serão sempre sonhos, 

em alguns casos até utopias, 

quimeras. 

Pense nisso e aja em função de concretizar seus sonhos... 

Resposta infinita
(Claudia Bergamini)

Quem eu sou?
Busco a resposta para tal questionamento
Na rua, no sol, no vento
E não encontro senão luzes e
Folhas que trazem ainda mais dúvidas.

Quem eu sou?
É a pergunta que hoje me faço.
E nesse manso e doce regato
Processo a resposta
Enquanto a vida nele me conduz

Ondas, mares, folhas, flores...
Sou o vento!
A soprar macio sobre as vidas.
Sou a chuva!
A encher de alegria os rios.
Sou o tempo!
Que incute suas marcas na face da menina.

Sou asa, sou terra, sou céu
Sou a vida que brota das
Entranhas do ser
Sou a voz a gritar: liberdade!
Sou o homem à procura de
Respostas para entender-se.


Dialética do viver
(Claudia Bergamini)

Um sonho
Uma vontade
Uma ação.

Um pedido
Um acordo
Uma festa.

Uma vida
Uma família
Um lar.

Um tempo
Um nascimento
Um filho.

Uma criança
Um jovem
Um adulto.

Um sonho
Uma vontade
Uma ação.

E a vida...dialeticamente...
Seu curso

Um dia
Um ano
Uma história.


O ser e a memória
(Claudia Bergamini) 

Na memória, trago as imagens de muitos afagos
conquistados a partir dos sorrisos, das brincadeiras
dos tombos na queimada jogada na rua.

Trago imagens da menina que, um dia,
Acordou mulher...
Desabrochou!
Rosa de primavera
a exalar perfume por onde passa. 


Trago imagens da mocinha
Que na janela aguardava
a passagem do rapaz por quem se enamorara.

São tempos visíveis nas lembranças.
São flashes construídos em anos
de pés no chão e cabelos desarrumados.

Agora são obrigações, cuidados, relógio...
Vida que corre para a maturidade.
Vida que nasce com pouca vontade
de crescer e muita de reviver
as imagens que brotam na memória!


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