O
tempo e a espera
Por
Cláudia Vanessa Bergamini
Faltam
palavras,
Sobram
sensações.
Um
gosto amargo na boca
Mistura-se
ao gosto daquele beijo.
Um
abraço seria suficiente.
Um
sorriso e um olhar bastariam,
Mas
nada dele poderia vir
Senão
o silêncio... silêncio... silêncio...
Cadê
o som suave da voz?
Cadê
o toque delicado das mãos?
Onde
estão os olhares que se cruzavam?
A
espera por um novo momento,
A
espera por um novo dia,
O
anseio para que um novo sol brilhe.
Escrever
é o caminho,
Pois
ela escreve sobre o que dói.
E
dói o amor ausente,
Não
correspondido, distante
E
que para sempre está latente em seu coração.
Se
faltam palavras,
Sobram
sonhos e desejos,
Queimam
vontades e perspectivas.
O
amanhã como será?
O
tempo, que é o inimigo das horas e
Companheiro
do sofrimento, pode tudo mudar;
Pode
trazer à tona o encontro que não houve,
O
beijo que não se fez,
O
caminho que se desfez.
Passado,
presente, futuro.
O
primeiro está acabado!
O
segundo se faz!
E
o terceiro poderá escrever diferentes veredas.
Enquanto
resta: esperar... esperar... esperar...
O
silêncio
Por
Cláudia Vanessa Bergamini
O
silêncio é a pausa
Entre
o dito e o pensado,
É
o espaço entre o enunciado e a enunciação.
É
o silêncio o momento entre a reflexão e a prática,
Entre
o pensar e o agir,
Entre
o pedir e o agradecer.
Silêncio
é o doce momento
Em
que se espera o sorriso.
É
o espaço no qual se estendem os braços para o abraço.
O
instante em que os olhos
Se
cruzam e os lábios se tocam.
Silêncio
é o vácuo necessário à alma.
É
o tempo para as coisas do coração se acomodarem.
É
o tempo necessário ao luto.
É
o tempo necessário à gestação.
O
período em que se organiza a festa
E
a despedida no final dela.
Sem
o silêncio não somos.
Sem
o silêncio não criamos.
Sem
o silêncio não refletimos.
Trata-se,
pois, de sentimento inerente ao homem,
Este,
de maneira equivocada, crê que nutri-lo é sinônimo de tristeza.
Não
é!
Nutrir
o silêncio é sinal de alegria.
De
aprendizagem e de sabedoria
Acerca
da necessidade de deixar o tempo formar a nossa voz.
Amargo
amor
Por
Cláudia Vanessa Bergamini
Escureço
a cada amanhecer,
Já
não posso mais sentir o sol em minha pele,
A
luz não chega a mim,
Pois
sou tristeza, decepção, sofrimento.
O
dia já não se oferece como luz,
A
chuva não tem mais a conotação da vida,
As
lágrimas caem do olhar cabisbaixo
E
rolam nas faces já sem cores.
Cinza
é a manhã!
Cinza
é a tarde!
Negra
é a noite!
Dor
suplício. Onde andam o amor e a alegria?
Onde
andam o riso e a esperança?
Em
tempos negros de manhãs nubladas, de noites encobertas,
O
riso, a esperança, o amor e a alegria estão distantes do alcance das mãos.
Somente
uma pessoa poderia devolver o colorido dos dias,
A
beleza do sorriso, a doçura do olhar.
Longe
está, pois longe esta meu amor.
Voltar
já não pode,
Sorrir
já não é possível.
Agora
choro, lágrimas, tristezas.
Mas
um dia, flores, cores e luz...
Nenhum comentário:
Postar um comentário